Para deixar o entendimento mais claro, vamos rapidamente relembrar o funcionamento dos telefones IP. Eles são aparelhos específicos que se conectam diretamente à rede de computadores recebendo voz e dados. Parecem com os telefones comuns, mas já são fabricados especificamente para utilizar conectados a redes de internet.

Essa tecnologia foi desenvolvida nos anos 1970, mas só começou a ser usada no mundo corporativo na década de 1990. A ideia é usar o sistema de telefonia por meio do Internet Protocol (IP, ou Protocolo de Internet), que vai converter os áudios analógicos em dados que podem ser transmitidos pela rede.

A conexão é feita por banda larga. Esse é um dos motivos pelos quais a tecnologia demorou tanto tempo para se popularizar. Afinal de contas, quando foi criada e mesmo nos anos 1990, a conexão com a internet ainda era muito instável e fraca, o que prejudicava as ligações.

Atualmente, o processo não apresenta problemas e a empresa consegue se conectar com as ferramentas indicadas anteriormente neste post. Em quaisquer dos casos é preciso ter acesso estável à internet. Por isso, recomenda-se ter uma boa velocidade de conexão.

Para que esse processo ocorra, é preciso usar um aparelho específico, que vai se conectar à rede de computadores corporativa para receber dados, vozes e imagens. Esses equipamentos são bastante similares aos telefones comuns, mas possuem conectores RJ-45, que são usados nas placas dos PCs, em vez de adotarem o padrão RJ-11.

Dentre as principais hesitações ante a escolha de um telefone IP para uma solução de telefonia estão: a confiabilidade do serviço, a qualidade de voz, a capacidade de processamento da solução, além de seu controle e gerenciamento. De fato, estes são pontos essenciais para uma boa execução das tarefas diárias dos ambientes corporativos.

Enquanto o padrão tradicional utiliza a Rede Pública de Telefonia Comutada (RPTC) e precisa de uma operadora de telefonia para oferecer o serviço, a tecnologia IP emite e recebe os dados via internet. Por isso, é capaz de oferecer diversas vantagens às empresas, independentemente de seu porte. Veja as principais:

Redução de custos – os custos são muito menores do que as ligações feitas com aparelhos em RPTC, pois o que será consumido é o pacote de dados contratado junto à operadora de telefonia IP; e em ligações que não envolvam uma linha telefônica convencional não haverá custos;
Aproveitamento de infraestrutura – por utilizar a mesma estrutura de cabeamento da internet, as empresas economizam nos projetos e instalações de telefonia;
Qualidade nas chamadas – os telefones IP operam com voz em alta definição, proporcionando conversas mais claras do que as feitas pelo telefone comum;
Mobilidade e facilidade de uso – todas as configurações do ramal ficam no próprio aparelho de telefone IP, ou seja, ao trocar de posição ou de mesa o funcionário pode levar o equipamento sem que seja necessário fazer ajustes na central telefônica.

Não menos importante, os telefones IP possuem features avançados de segurança para prevenção de ataques à rede interna da empresa, um recurso essencial nos ambientes corporativos. Os telefones IP utilizam-se do protocolo TLS para encriptação do protocolo SIP e do protocolo SRTP para proteção da mídia, essenciais para a garantia e confiabilidade nas comunicações internas e externas. Outra possibilidade é na utilização de clientes VPN para conexões remotas em que o próprio telefone IP pode vir a ser um cliente VPN, fechando uma conexão direta e garantindo a segurança necessária para um ramal remoto.

No Brasil, a entidade que regulamenta o setor de telecomunicações é a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). No entanto, ainda não há uma legislação específica para a tecnologia dos telefones IP ou VoIP.

A Anatel entende que há duas categorias distintas para esse tipo de tecnologia: Serviço de Valor Adicionado (SVA) e de telecomunicações. O primeiro usa a internet para transmitir dados de voz e, por isso, não pode usar sua autorização para fazer chamadas para o segundo método, que é o tradicional.